PF A Polícia Federal deflagrou hoje (6), a Operação São Cristóvão, de combate ao tráfico internacional de drogas. Participam da operação 160 policiais cumprindo 29 Mandados de Prisão Temporária, 35 Mandados de Busca e Apreensão e 12 Mandados de Condução Coercitiva (onde a pessoa é encaminhada coercitivamente para prestar depoimento). Os mandados serão cumpridos nos Estados de Mato Grosso (capital, Cáceres, Rondonópolis, Tangará da Serra e Primavera do Leste), Mato Grosso do Sul (Corumbá) e São Paulo (capital, Américo de Campos, Lavígnia e Pracinha). As investigações iniciaram em 2008 e já levaram a apreensão de mais de 230 quilos de cocaína, em pelo menos sete episódios diferentes. A polícia identificou um proeminente empresário de Cuiabá, proprietário de diversos empreendimentos e possuidor de extensa ficha criminal como o líder da quadrilha atuante no ramo do narcotráfico internacional e também na receptação de carretas roubadas e no envio destas para Bolívia. Além disso, outros membros da quadrilha davam suporte às ações criminosas abrindo empresas também de fachada no próprio nome e em nome de familiares, como a mãe do homem apontado como líder da quadrilha. A participação desses membros da quadrilha ainda é objeto de investigação. O setor de inteligência da Polícia Federal em Mato Grosso, conseguiu identificar a relação entre os vários episódios mencionados através de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, vigilância dos suspeitos e do cruzamento de informações obtidas nos flagrantes de tráfico. O MÉTODO DA QUADRILHA Inicialmente os veículos produto de ilícito eram adquiridos em São Paulo/SP e Curitiba/PR. Posteriormente eram “clonados” a partir de documentos de veículos “quentes” pertencentes aos investigados, bem como eram adulterados seus sinais de identificação. Após isso, motoristas eram encarregados de entregar os caminhões e carretas na Bolívia. Existem registros de ingresso de caminhões (“cavalos”) rebocando carretas “clonadas” na Bolívia, posteriormente retornando ao Brasil sem estas, que lá permaneceram. Alguns “cavalos” foram utilizados diversas vezes em tal procedimento. Os presos serão indiciados por tráfico internacional de entorpecentes, associação para o tráfico e receptação de carretas. Além disso, outros crimes decorrem da ação do tráfico, onde suspeita-se também da ação de servidores públicos, através de esquemas para a liberação de veículos e carretas apreendidos por suspeita de adulteração. O chefe da Operação receberá a imprensa para entrevista coletiva hoje às 14:30, na sede da Superintendência de Polícia Federal em Mato Grosso para melhores informações e publicação de balanço. |